Como surgiu o visagismo
13 de agosto de 2021/Visagismo
  • By Wanessa Rengel
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O visagismo tem sido um dos assuntos mais procurados e comentados nos últimos anos. Muitas pessoas acham que é algo novo, que acabou de ser criado. Mas já temos uma longa história e por isso vamos falar aqui de como surgiu o visagismo

Como surgiu o visagismo

Antes de tudo, o visagismo surgiu como discussão na década de 1920. Sim, é bem antigo. Um maquiador e cabeleireiro francês, chamado Fernand Aubry, que começou. Ele estava um pouco incomodado com os “ditames”da época. É preciso lembrar que, naquela época, a moda ditava tudo. O que as mulheres e homens iam vestir, como cortariam o cabelo e tudo mais. Por isso, quando vemos imagens daqueles tempos, temos a ideia de que todo mundo estava igual.

Mas, esse senhor interessante, começou a se opor a essa maneira inflexível de usar a moda. A ideia era a de que, mesmo o batom vermelho estando na moda, não eram todas as mulheres que ficavam bem usando ele. Isso porque percebia-se que havia uma interação dessa maquiagem com a pele da cliente. E mais, as mulheres mais delicadas não ficavam bem representadas de batom vermelho.

Fernand Aubry maquiando uma mulher
Fernand Aubry – em 1920.

Uma prática antiga

Só que, vamos deixar claro: essa coisa de personalização é muito mais antiga. Reis, rainhas, imperadores já viam a personalização como algo importante e já aplicavam no seu dia a dia. Mas dessa vez, depois de 1920, a necessidade de personalização foi meio que democratizada. Essa mudança valia para toda e qualquer pessoa vivente.

O problema foi que o senhor Aubry não oficializou o seu método. Não deixou nada escrito. Os conceitos e bases para a personalização foram passadas de boca em boca, de aluna à aluno. Então, é difícil dizer o que de fato envolvia o visagismo nesse ponto da história. Mas, tendo contato com esse assunto, dá para perceber que a adequação da imagem era mais de aparência. Sabe aquele assunto de tipo de pele, linhas de corte, harmonização do corte com o rosto? Então, a ideia básica era buscar em cada rosto a decisão correta de corte e maquiagem. Isso já era um grande salto de pensamento para época.

Turma de 2018 - Visagismo Total Look
Turma de 2018 – Visagismo Total Look. Tente encontrar o Rodolfo Di Avansi e a Wanessa Rengel.

Surgimento do Visagisme Total Look

O tempo passou e um cabeleireiro, chamado Claude Juillard, decidiu aprimorar o método e finalmente transformar em um livro. Isso aconteceu na década de 1990. Recente, tão recente que eu e Rodolfo iniciamos a nossa certificação diretamente com ele. O método dele foi batizado de Visagisme Total Look. Juillard  trouxe muitas inovações. Entre elas: várias técnicas, a mudança na ideia de harmonização e começou a pincelar um pouco de linguagem emocional.

Ele lançou 2 livros: Forme et couleurs: trouvez votre style (publicado em 1999). Que numa tradução livre seria – Forma e cores: encontre seu estilo. E o Un coach pour un nouveau look ( publicado em 2009), que em português seria – Um “treino” para o seu novo look, em um formato de “faça você mesmo”. Infelizmente, nenhum desses livros foram publicados em português.

Contribuição

A contribuição do método Visagisme Total Look é a ideia de que a linguagem visual passa informações simbólicas sobre nós. E por isso, não dá para pensarmos em passar uma mensagem com o corte de cabelo e outra completamente diferente com as roupas. Além disso, ele traz a ideia de que a escolha é do cliente e que ele pode escolher entre criar uma imagem equilibrada ou uma que acentue algum característica.

Essa visão é muito importante, porque quebra com a ideia de que existe um corte ideal para o formato do rosto. Muda aquela visão fechada de que tem uma regra restrita de como trabalhar a imagem pessoal. E ainda dá ao cliente o poder da escolha sobre sua própria imagem. Inclusive, na análise cromática (colorscopie), o cliente descobre a paleta de cores que harmoniza com a sua pele. E além disso, a paleta de cores que mais gosta. Assim, é possível criar uma conexão entre as duas paletas e não deixar o cliente refém de cores que ele não gosta.

Incrível, né? Se você está maravilhado com o visagismo até aqui, então se prepare! O que vem adiante vai mudar o seu olhar sobre a imagem pessoal, o ser humano e a arte de trabalhar com o visagismo. É agora que nós deixamos de ver o visagismo como uma técnica de imagem pessoal para ter uma filosofia, um conceito que sustente a prática da personalização.

Philip Hallawell e Wanessa Rengel no curso de visagismo
Philip Hallawell e Wanessa Rengel, no curso de formação de visagismo Image ID, em 2010.

Image ID e Visagismo Philip Hallawell

Em 2002, um artista plástico chamado Philip Hallawell, que na época já somava décadas de estudo e trabalho com linguagem visual, foi convidado para criar uma apostila para um curso do SENAC. Era para um curso de visagismo. Nessa época, Philip Hallawell apresentava uma série chamada “À mão livre”, na TV Cultura. Se você já era nascido nessa época, deve lembrar de ter assistido a algum episódio.

Essa apostila se transformou no livro “Visagismo: harmonia e estética”, lançado em 2003. Lembro até hoje como foi que eu me senti ao ler as primeiras páginas desse livro. Eu odiava tudo que vinha da área da moda e beleza. Esse livro me fez entender porque eu não gostava dessas áreas e me apresentou um horizonte lindo!

E na mesma década, Philip Hallawell lança o segundo livro: “Visagismo integrado: identidade, estilo e beleza”. Do mesmo modo que antes, ele elevou o nível do que já era impressionante. Nesse livro, Philip Hallawell aproxima aspectos e saberes vindos da psicologia, sociologia, neuropsicologia, conectados com a linguagem visual. E além disso, ainda apresenta uma forma de colocar esses saberes em prática, através de um método para avaliar os traços do rosto e conectar com os temperamentos.

Contribuição

Então, agora, além de conseguirmos adequar a imagem pessoal de forma coerente entre roupas e corte de cabelo, com o Image ID incluímos uma intenção. Assim sendo, o cliente não só escolhe se ele quer realçar seus traços físicos ou equilibrar. Além disso, agora nós vamos entender quem é o cliente que está nos procurando, o que ele expressa de temperamentos através dos seus traços físicos. E ainda, quais são os significados e comportamentos dele, que ele quer evidenciar ou não.

Deu para perceber que de novo o visagismo não tem nada, não é mesmo? Eu e o Rodolfo já aplicamos o visagismo há mais de 10 anos, através do Image ID.  Apesar disso, o conceito e as técnicas existentes continuam sendo revolucionárias. Então, esperamos que tenha gostado de conhecer um pouco sobre como surgiu o visagismo e quais os métodos e conceitos que existem até hoje. E o Image ID precisa de um espaço só para ele, né gente! Porque é muito profundo e único! Até o próximo artigo!

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